@MASTERSTHESIS{ 2017:1463528872, title = {Análise das práticas representacionais do mercado da moda “sem gênero”}, year = {2017}, url = "http://localhost:8080/tede/handle/tede/189", abstract = "Gênero é comumente associado a algo binário, em que há dois sexos distintos e opostos. Essa binariedade já causou e reproduziu diversos estereótipos, estabelecendo, inclusive, padrões de “normalidade” (e, portanto, de “anormalidade”) em nossa sociedade. No entanto, atualmente, diversas discussões direcionadas a um rompimento com esse pensamento binário têm sido expostas nos mais diversos tipos de mídias. Tal mudança também tem se manifestado em várias categorias de consumo, entre as quais, a moda “sem gênero”. Esta pesquisa, apesar de envolver questões de gênero, tem por objeto a construção do mercado e, ontologicamente, considera o entendimento de Araujo e Kjellberg (2009) – segundo o qual sugere-se uma mudança de “marketing”, como um conjunto de técnicas que contribuem para regular a troca, para “market-ing”, como um conjunto de práticas que contribuem na construção de mercados e outras ordens econômicas – sendo sua base teórica fundamentada na literatura de marketmaking, que envolve pressupostos de que o conhecimento em marketing é performativo e formata mercados. A exemplo de Golfetto e Rinallo (2006), direcionamos este estudo para o papel que a representação possui na elaboração dos mercados. As representações, dentre os tipos de práticas que constituem os mercados, são fundamentais na sua elaboração, estando ligadas à performatividade deles e contribuindo para a formação dos fenômenos por eles representados. A rede de agentes (actants e atores) envolvida no mercado da moda “sem gênero” (mídia, estilistas, marcas) coloca que a proposta do mesmo estaria baseada em “peças neutras, que fogem de estereótipos históricos e culturais – roupas que se desconectam também da antiga ideia de unissex” (SANCHEZ; SCHMITT, 2016). Mas, o que seriam esses itens de bens de consumo destituídos de gênero? O que esse mercado entende por “sem gênero”? Como representa sua proposta? Não seria essa apenas mais uma estratégia de segmentação de mercado? Então, este estudo tem por objetivo investigar como as práticas representacionais descrevem o mercado da moda “sem gênero”. Esta pesquisa se caracteriza como qualitativa, com viés crítico e, considerando que o discurso contido nessas práticas assume um relevante papel, adota-se a Análise Crítica de Discurso (ACD) como aparato teórico-metodológico, seguido pelos parâmetros de análise da Teoria Multimodal do Discurso (MACHIN; MAYR, 2012). A coleta de dados foi realizada em ambiente virtual (imagens e textos sobre o mercado da moda “sem gênero”, disponíveis em mídia online de domínio público) e, após um levantamento inicial, foram definidos cinco diferentes tipos de mídias online a serem analisadas. A partir disso, os resultados revelam que, da mesma forma em que são encontradas diferentes denominações para se referir ao termo “sem gênero” (Gênero Fluido, Estilo Neutro, Agender, Ungendered, Genderless ou No Gender), são, igualmente múltiplas, as representações que definem esse mercado da moda. Assim, durante a análise, emergiram múltiplas versões de mercado (KJELLBERG; HELGESSON, 2006). Por vezes, a moda “sem gênero” traz uma ideia de (1) movimento revolucionário; em outros momentos, há uma (2) homogeneização para um dos gêneros (masculino/feminino); bem como, certas práticas representacionais apontam para apenas mais um nome atribuído a um (3) segmento de mercado já existente. Este trabalho busca contribuir, de forma crítica, ao estudo de prática de mercado, observando-se o fenômeno durante sua formação, no início de um processo de construção, mais que isso, em um momento “in the making”.", publisher = {Universidade do Grande Rio}, scholl = {Programa de Pós-Graduacão em Administração}, note = {Unigranrio::Administração} }